sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Biografia II – O Cinema na minha vida.
Uns dois anos depois de ter conhecido meu chefe, o Yoman – o cara que me arrumou o emprego -, lançou um desafio para meu chefe e seu parceiro de desventuras: fazer um filme em Super 8. A obra se chamaria “O Gorila” e, além de mim, contaria ainda com um grande elenco. A história se passava numa selva tropical onde um galã (eu), um astronauta e um robô, eram designados para encontrar e matar uma fera: o tal gorilão. Para o papel principal: um gorila! O cara era meio passado... Tinha vindo dos EUA em 1966 e era movido a corda. Era grande, batia os punhos acorrentados no peito e emitia um grunhido esquisito. Já viram, né? Um boneco fajuto do King Kong. Ele fez o teste e, sem mais concorrências, ganhou o papel. Até que ficava bem na frente das câmeras. Tinha uma aparência assustadora e ainda sabia falar inglês. Eu, como disse, já estava escalado. Era eu e o resto. No papel do astronauta, um Astronauta. Feito pela Atma ou pela Troll, não lembro mais, o cara viria a se tornar um grande amigo. Embora não tenha ido muito bem no filme, acabamos grandes amigos e aprontamos algumas farras muito boas. Caladão, feito em plástico duro, o Astronauta não tinha lá muitas expressões. Lembro que o filme começava com ele chegando na tal selva. Grandes efeitos especiais para época. Acredito que, mesmo atualmente, ainda poderia fazer algum sucesso. O outro ator convidado era meio estrela – sem trocadilho. O Robô. Sujeito antipático. Japonês e movido à pilhas. Era muito mecânico nas representações. Mas a cena final do filme é por conta dele. O cara enfrenta o Gorila, leva uns cacetes e fica todo quebrado. Manja aquele clichezão? Herói mata o vilão e morre. Mas, no final, revive. Lembra um pouco esse filmezinho que fizeram agora: Wall-e. Esse pessoal da Pixar deve ter visto alguma coisa de “O Gorila”. Aí, pintou a inspiração, sei lá. Voltando ao Robô. Quieto, ficava na dele e não falava com ninguém. Logo depois do filme ser lançado ele se arrancou. Não ouvi mais falar dele... Vocês viram uma foto de divulgação antiga. A qualidade tá ruim, mas dá pra relembrar da galera. O Astronauta ainda mora no Rio. Pelo que soube o cara se aposentou e anda meio pancada. O filme foi lançado com sucesso. Várias sessões e uma exibição gratuita para a comunidade. Tinha fila pra entrar. O quarto-cinema comportava umas 10 pessoas. Foi uma semana inteira com o filme sendo exibido em sessões seguidas. Ah, o sucesso...

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Depois do Rio, Almofala para descansar.

Foi um fim de semana rápido. Saímos daqui, Fortaleza, por volta das 6:30 da manhã de sábado e, mais ou menos 250 quilômetros depois, chegamos em Almofala. Pois é, Almofala é uma praia, é bem pertinho de Itarema e à caminho de Jericoacoara. Aqui no Ceará, as praia são realmente muito lindas. Almofola é a terra dos índios Tremembés e ficou conhecida nacionalmente por ter uma igreja secular, que passou 50 anos coberta por uma duna. Hoje, a duna se foi e a igreja, funcionando, é realmente muito bonita. Construída com uma mistura óleo de baleia e sei lá mais o quê está localizada numa pracinha simpática com uma imagem de Cristo prateada (estranha...). A estrada nova (BR 085) é um show e a viagem aconteceu sem maiores percalsos. Ah, um aviso. Se quiser se aventurar, é bom encher o tanque e esvaziar a bexiga, a estrada entre Almofala e Fortaleza é bem novinha mas quase não tem postos de gasolina. Que me lembre – numa distância de 100 km – só vi um... Besteira. Chegamos, tomamos um café reforçado e seguimos imediatamente para a praia. Barraca do Grinco. Estrutura boa, serviço muito bom, numa praia cheia de atrativos. Na cidade, só tem uma pousada, mas a família do chefe tem casa e, ao que parece, é oriunda de lá. Mordomia total. Curtimos o sol pela manhã e, depois, almoço em família. Pela tarde fomos visitar uma unidade do Projeto TAMAR. Crianças até 12 anos não pagam e adultos compram um ingresso de R$ 2,00. Logo, duas estagiárias vieram guiar nossa visita ao local. Descobri que as tartarugas não desovam ali, o litoral cearense é o local de alimentação das bichas. O local foi bastante agradável e as meninas (Ih... Esqueci de perguntar o nome delas.) foram muito simpáticas. Uma estuda aqui mesmo em Fortaleza, faz Engenharia de Pesca; a outra vem de Brasília, faz Biologia por lá. Esclareceram muitas dúvidas e fizeram questão de tirar fotos comigo. Fazer o quê? Vou postar as fotos da aventura. Quem quiser descansar e descobrir um lugar muito legal, deve visitar Almofa.
A fauna local é rica, aqui examino uma água viva (Caravela)
Caminhos de pedras.

O horizonte promete.

Se pudesse, teria sido jangadeiro.
Muito a ser visto.
Velho lobo do mar.

A tal igreja que ficou soterrada.
A Barraca do Gringo. O gringo já morreu, mas a esposa dele continua a tradição.

Toda vez...
Tranquilidade em todos o momentos.
Parte da praia tem umas pedras. É linda.
Tartarugas no Tamar. Vale uma visita.
Um sereio no TAMAR.
Projeto Tamar. As meninas foram realmente muito atenciosas.
De volta para casa.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Biografia I – Um pouco de tudo.
Nasci não sei bem onde. Sou do tempo que brinquedos não eram feitos na China. Quer dizer, se eram, ninguém botava isso estampado no corpo da gente. Sou filho da Estrela (Estrela é nossa companheira…). Naquela época, brinquedo bom era brinquedo Estrela. Cabeçudo, meio calvo, sem pernas e com os braços malhados. Cheguei dentro de um saco – daqueles grampeados por cima, com um papelão e um buraquinho para ficar pendurado nas lojas -, o nome é de fábrica: Kiko. Eu tinha um colete azul com a letra “K” em branco. Kiko. Meio óbvio, né? Quem me colocou à serviço do chefe foi um cara engraçado chamado Yoman. Pequeno, olhos azuis e careca, parecia ser – ele, Yoman –, desde o início, um cara confiável. Tinha o péssimo hábito de chamar as crianças de Micróbios. Mas sempre foi um sujeito bacana. Aliás, pelas mãos dele, eu ingressei no cinema. Quer dizer, ele fez um roteiro onde, eu e dois outros amigos, vivíamos aventuras numa selva repleta de perigos, monstros e coisas assim. Com mais calma, vou postar aqui todos os detalhes desse filme.
O ano de nascimento foi 1970. Exatamente no Natal. Gostei do lugar de saída. Crianças, adultos gaiatos… Tinha até um gato, o Samuca. Que fim levou esse felino? Acho que foi envenenado, ou qualquer coisa assim.
Nasci pra vida no Rio de Janeiro. Carioca, malandro e cheio de vida. Podia ter sido rato de praia, jogador de futebol, sambista ou sei lá mais o quê. Mas calhou deu ir trabalhar na casa de um menino de 9 anos que achava que era artista. Escrevia uns contos malucos, desenhava HQs com personagens palitos e fazia experiências artísticas. Cá entre nós, um horror em termos de arte. Mas o danado era criativo e não demorou para se meter com uma filmadora Super 8 Chinon (Será isso?). Tinha tudo, até coladeira e moviola.
Vivi minha vida toda na rua Santa Clara. Uma rua divisora de águas que separa Copacabana no meio. Se você está de frente para o mar, é Posto 6 à direita e Leme à esquerda. Primeiro, era um prédio velho… Número 242, no Segundo andar… Quer dizer… Terceiro? Não lembro mais. Vou perguntar à irmã do chefe. Ela não esquece nada. Depois, mudamos para o 261, aptartamento 302. Lá vivi os melhores anos da minha vida. Realizei dois filmes e, quando estava para graver o terceiro, a Companhia faliu. Daqueles tempos, guardo ainda a roupa de esparadrapo. Iria viver o Capitão James T. Kiko numa espécie de refilmagem do seriado Jornada nas Estrelas. Lembro com carinho de minha parceira, a Brigitte Bordô. Atuou comigo em meu segundo longa e, pelo que sei, nunca mais se ouviu falar dela… Pena. Tinha talento e era, de fato, muito bonita.
No 261 também sofri os revezes da vida. Desempregado, meio jogado pelos cantos, quase que esquecido. Cheguei a pensar em largar tudo e me perder pela vida. Sarjeta, doação… Acabei resistindo. Também lá quase fui morto por um Dálmata… Shakespeare. Pouca gente sabe, mas tenho deformações nos pés devido a um ataque deste cachorro. Tudo bem. Águas passadas e nenhum rancor. O bicho já partiu dessa para uma melhor. Melhor pra mim, é verdade. Também recordo da chegada dos G.I. Joes – no Brasil, anos depois, eles foram lançados com o nome de Falcon. Rapaz… Sujeitos bacanas. Gringos, louros, morenos, fortes… Que papo mais gay, hein? Bem, os caras eram legais. Tinham equipamentos sofisiticados, armas, roupas e tudo mais. Hoje, nem sei por onde andam… É duro perder os amigos. Mas a vida vai te levando por caminhos estranhos. No final, acredite, é cada um por si. Devem estar guardados nos armários, lá no Rio. Ah, esqueci de mencionar, hoje moro em Fortaleza, no Ceará. Daqui, viajei um bocado acompanhando o chefe. Viagens de lazer, trabalho, emergências… Sempre acompanho o cara, fazer o quê? Sem mim, ele fica meio desorientado. Deve ser a idade.

Robô, Astronauta e Kiko. Velhos amigos de Cinema.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Mesmo sendo carioca, essa paisagem continua a me tirar o fôlego. Aqui de cima, em um shopping de Botafogo que todos insistimos em chamar de “o prédio da Sears”, pude ver, no último dia em solo guanabarino, a razão dessa ser uma cidade maravilhosa. As pessoas são maravilhosas, a vista é maravilhosa e também a saudade, para não ficar atrás, é maravilhosa. Pena não ter encontrado todos aqueles que gostaria de ter visto. Fica pra próxima.
Vou postar uma série de fotos que fiz no Tiramisu. Ficaram mais ou menos… Culpa do chefe. É sempre assim, na hora de tomar cuidado com as minhas fotos: pressa. Mas ele aprende.
Bem, já fui um grande desenhista. Hoje, com a falta de tempo, meu traço está me abandonando. Sem ter o que fazer, resolvi colocar um pouco do vivenciado nas fotos.
Tem gente que não resiste... Tudo bem, minha roupa estava suja de molho.
Eu e o Pão de Açúcar. Adivinha qual de nós dois é mais gostoso?
Esse sou eu, ainda natalino, no Restaurante Tiramisú

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Esse sou eu com meu gorrinho de Papai Noel. Eu realmente fico muito bonito vestido assim. Todo ano, meu chefe providencia roupas novas pra mim. É curioso... Já recebi roupas de frio, cachecóis e até roupas espaciais. Lembro-me de velhos amigos. Astronauta, se você estiver pela grande rede, não deixe de postar, ok?

Kiko no Mundo

Fazem muitos anos que viajo pelo mundo. Na maioria das vezes fiquei trancado em quartos de hotel. Agora, mudou. Vou contar tudo o que fiz circulando por lugares estranhos, com pessoas não tão estranhas e narrar um pouco do que meu chefe - que me carrega por todo os cantos do planeta - me faz passar em suas viagens.